Preferencialmente graduados em agronomia, tecnologia em agroecologia, tecnologia em horticultura e tecnologia em fruticultura
A região Sul do Brasil é reconhecida internacionalmente pela sua grande potencialidade em relação às características edafoclimáticas para o cultivo de fruteiras de clima temperado, entre as quais se destacam a macieira, pereira, videira, pessegueiro, ameixeira e caquizeiro. O setor frutícola participa diretamente na economia da região Sul, sendo responsável pela geração de empregos diretos e indiretos proporcionando o desenvolvimento regional. Esta atividade apresenta efeito multiplicador de renda o que confere aporte suficiente para alavancar economias locais estagnadas. A produção brasileira de maçã gira em torno de um milhão de toneladas por ano, sendo de grande importância para a balança comercial da região Sul e do Brasil (IBGE, 2014). O estado de Santa Catarina é o maior produtor nacional, seguido pelos estados do Rio Grande do Sul e Paraná (IBGE, 2014). No estado de Santa Catarina, as principais regiões produtoras são São Joaquim, no Planalto Serrano, e Fraiburgo, no Meio Oeste do Estado. A região de São Joaquim engloba os municípios de Bom Jardim da Serra, Bom Retiro, Rio Rufino, Urubici e Urupema, responsáveis por aproximadamente 400 mil toneladas da produção do estado. Nesta região são comuns as pequenas unidades de produção, geralmente cooperados, sendo que as propriedades possuem produção diversificada (FAO, 2016).
Cerca de 90% da produção nacional são das cultivares Gala e Fuji. Destas cultivares foram e ainda são criados novos clones os quais apresentam diferenças de tamanho do fruto, vigor de planta, hábito de frutificação, época de produção e resistência a doenças, ponto de colheita e potencial de conservação pós-colheita, o que exige constante atualização dos técnicos responsáveis pelas propriedades produtoras e armazenadoras (FIORAVANÇO et al., 2010). Outra fruta de clima temperado que apresenta grande destaque no consumo nacional é a pera, sendo a terceira fruta de maior consumo e a primeira em volume de importação (FAORO, 2001). A produção brasileira de pera ainda é baixa, em torno de 16 mil toneladas (FAO, 2016). Com base na produção e no seu consumo, observa-se que o cultivo de pera surge como uma alternativa para a diversificação da fruticultura de clima temperado na região subtropical do Brasil (PEREIRA; HERTER, 2010). O cultivo do pessegueiro também apresenta grande importância para a economia catarinense. Existem cerca de 1400 ha cultivadas com esta frutífera no Estado, por cerca de 780 produtores (MARCONDES, 2016). O pêssego, assim como a ameixa, que pertencem a família Rosaceae, apresentam elevadas perdas em pós-colheita devido a sua perecibilidade associada à más condições de armazenamento. A produção de caqui por produtores de Santa Catarina gira em torno de 3500 toneladas anuais, produzidas por mais de 270 produtores. A produção de caqui possui grande potencial de expansão no Estado devido às condições edafoclimáticas serem propicias à cultura. A conservação pós-colheita do caqui, assim como das demais frutas de clima temperado, exige técnicas adequadas, como a refrigeração, a utilização da atmosfera modificada e controlada, quais prolongam a vida pós-colheita dos produtos e reduzem as perdas. Diante disso, é de suma importância para o crescimento da fruticultura catarinense que profissionais de nível superior possam se especializar no manejo pós-colheita de frutas de clima temperado. Os principais desafios para a produção de fruteiras de clima temperado estão relacionados ao manejo do pomar e a conservação pós-colheita dos frutos. Durante o armazenamento de frutas ocorrem perdas devido a podridões e distúrbios fisiológicos, como o escurecimento da polpa. Em determinados anos, as perdas em pós-colheita de maçãs podem atingir 35% do volume que é armazenado (CORRENT et al., 2009; ANTONIOLLI et al., 2011), não sendo diferente em outras espécies de frutas. A qualidade dos frutos na comercialização possui enorme importância na remuneração paga ao produtor, pois quanto melhor for a qualidade do fruto maior será o valor pago ao produto. Na economia globalizada as constantes transformações requerem profissionais com competências e habilidades que atendam às demandas emergentes do mundo do trabalho e que sejam capazes de promover a sustentabilidade do sistema produtivo. Diante do grande número de profissionais graduados na área de engenharia agronômica que atuam na região, e do grande número de associações, empresas armazenadoras e cooperativas que buscam capacitar seus profissionais tem-se observado grande demanda e interesse por um curso de especialização em manejo pré e pós-colheita de frutas de clima temperado, a fim de, proporcionar conhecimento e alavancar o crescimento e o desenvolvimento da região. Considerando a importância que a maçã representa para a região de São Joaquim, na qual Urupema está inserida, que possui mais de 2000 produtores, e o potencial de expansão da cultura da pera, pessegueiro, videira, caquizeiro e ameixeira no estado, optou-se pela criação deste curso de especialização em manejo pré e pós-colheita de frutas de clima temperado. A oferta do curso se justifica no IFSC Câmpus Urupema devido ao Câmpus ofertar cursos nos eixos de Produção Alimentícia e Recursos Naturais, como Técnico em Fruticultura, Curso Superior de Tecnologia (CST) em Viticultura e Enologia, CST em Alimentos e Especialização em Manejo de Pomares de Macieira e Pereira. Portanto o curso proposto se articula com o eixo Recursos Naturais e tem o intuito de oportunizar aos estudantes e demais agentes envolvidos com a fruticultura na região da Serra Catarinense um conhecimento especializado no manejo pré e pós-colheita de frutas temperadas. Soma-se a isso a grande demanda de profissionais graduados que atuam no setor de produção e em packing houses de empresas que atuam na fruticultura na região. 3.2 Objetivos do curso Geral: O curso tem como objetivo qualificar profissionais de nível superior para atuarem nas áreas técnicas e de ensino, pesquisa e extensão relacionadas ao manejo pré e póscolheita de frutas de clima temperado. Específicos: a) Capacitar profissionais para o exercício de atividades práticas de campo relacionadas a obtenção de frutos de qualidade; b) Capacitar profissionais para o desenvolvimento e aplicação de práticas de póscolheita; c) Capacitar profissionais com formação adequada para intervirem na realidade produtiva e econômica na área da fruticultura de clima temperado; d) Contribuir para a melhoria da assistência técnica desempenhada por profissionais, no âmbito estadual e municipal.
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