Projeto Político Pedagógico

O engenheiro de Telecomunicações formado pelo IFSC deve ser capaz de atuar prontamente no arranjo produtivo e de serviços da região, não somente preenchendo as necessidades atuais do setor, mas exercendo o papel de agente empreendedor e transformador da sociedade. Neste sentido, o engenheiro deve ser capaz de criar novos negócios e, por consequência, gerar indiretamente novas oportunidades para outros setores, contribuindo para o desenvolvimento sustentável da região. Entretanto, ele deve ser consciente de que as ações resultantes de seu trabalho devem garantir o bem estar das gerações futuras e por isso zelar pelo desenvolvimento de projetos ecologicamente corretos e por ações que não priorizem o ganho material e de capital em detrimento ao ser humano e a natureza, e o individual sobre o coletivo. Uma visão de consenso dos proponentes do curso sobre o perfil do profissional é a de que o nosso país não deve ser um mero reprodutor de tecnologias, mas ter a capacidade de criar novas tecnologias e produtos sendo capaz de se igualar a outros países desenvolvidos em termos de número de patentes e registros de inovações. Neste sentido a formação do egresso da Engenharia de Telecomunicações tem como “competência central” o Projeto e Implementação de Sistemas de Telecomunicações, envolvendo software, hardware e processamento de sinais, mas ao mesmo tempo mantendo um viés horizontal de formação, de forma a ampliar as possibilidades de colocação do profissional. Um fator que contribuirá de forma significativa para a formação plena do egresso é a inserção dos alunos em projetos de pesquisa e desenvolvimento, os quais são realizados frequentemente pelos professores do grupo com o objetivo de integrar as atividades de ensino, pesquisa e a extensão. Para fins didáticos, o perfil do egresso da Engenharia de Telecomunicações foi dividido em dois componentes: um perfil de formação geral e um perfil técnico específico. O perfil de formação geral procura articular as recomendações apontadas pelos MEC (MEC, 2009a) com aquelas sistematizadas a partir de um seminário realizado com as empresas da área de telecomunicações da região da Grande Florianópolis em 10 de junho de 2010. Neste perfil de formação geral destaca-se a capacidade de: (i) trabalhar em equipe, bem como gerenciar processos e pessoas; (ii) articular o desenvolvimento tecnológico e sua relação com as questões humanas, sociais e ambientais; (iii) considerar em suas atividades a ética, a segurança, as regulamentações, a legislação e as questões relativas ao mundo do trabalho; (iv) dialogar com os arranjos produtivos culturais, locais e regionais; (v) e ter uma visão sistêmica dos processos tecnológicos, considerando soluções e projetos integrados. O perfil técnico específico tem como ponto de partida o “Referencial Nacional para Engenharia de Telecomunicações” (MEC, 2009b), o qual estabelece como “capacidade principal” para perfil do egresso do Engenheiro de Telecomunicações atuar no planejamento, projeto, instalação, operação e manutenção de sistemas de telecomunicações. Esta capacidade principal foi detalhada e articulada em função do perfil institucional da área de telecomunicações do IFSC e em função dos arranjos produtivos locais e regionais, compilados também a partir do seminário realizado em junho de 2010 com as empresas da área de telecomunicações da região da Grande Florianópolis. A Figura 3 ilustra, na forma de um mapa conceitual, uma síntese do perfil de formação para a Engenharia de Telecomunicações. Como campo de aplicação, incluso nos Sistemas de Telecomunicações, estão as Redes de Computadores, o Sistema Telefônico e os Enlaces de Rádio frequência, Enlaces Ópticos e Enlaces de Satélite. Nestes sistemas destaca-se a tendência de convergência das tecnologias em torno das redes baseadas em comutação de pacotes, com destaque para os protocolos da arquitetura TCP/IP, a qual tem um papel de destaque na formação a ser desenvolvida no curso. A Figura 4 ilustra uma síntese do perfil técnico específico para a Engenharia de Telecomunicações.

Conforme o “Referencial Nacional para Engenharia de Telecomunicações” (MEC, 2009b), o Engenheiro de Telecomunicações é habilitado para trabalhar em empresas de telecomunicações, no desenvolvimento e operação de sistemas de comunicações e com tecnologia da informação; em empresas de Telemática, com técnicas analógicas e digitais; em empresas de telefonia e radiocomunicação fixa e móvel com satélites de comunicação; comunicação multimídia e telecomunicação via cabo ou rádio; com instalações, equipamentos elétricos, eletrônicos, magnéticos e ópticos da Engenharia de Comunicação e de Telecomunicações; e com sistemas de cabeamento estruturado e fibras ópticas; em empresas de radiodifusão de sons e imagens, analógicas e digitais. O Engenheiro de Telecomunicações do IFSC terá como “competência central” o Projeto e Implementação de Sistemas. Com isto o mesmo estará capacitado a atuar nas áreas de desenvolvimento de produtos e sistemas para empresas de telecomunicações e na elaboração de soluções tecnológicas integradas, envolvendo projeto e desenvolvimento de software e hardware, para a área de telecomunicações.

A Engenharia de Telecomunicações do IFSC tem como “competência central” o Projeto e Implementação de Sistemas, envolvendo software, hardware e processamento de sinais. Para atender a esse foco de formação, o engenheiro formado terá as competências:

- Projetar de forma integrada hardware e software de Sistemas de Telecomunicações, utilizando de metodologias apropriadas;

- Utilizar técnicas formais para o projeto, validação e implementação de novos protocolos de comunicação; 

- Projetar e realizar experimentos para avaliação de desempenho de redes de comunicação;

- Projetar e implementar algoritmos específicos para o processamento de sinais no contexto de sistemas de telecomunicações.

Como campo de aplicação, incluso nos Sistemas de Telecomunicações, estão as Redes de Computadores, o Sistema Telefônico e os Enlaces de Rádio Frequência, Enlaces Ópticos e Enlaces de Satélite. Nestes sistemas destaca-se a tendência de convergência das tecnologias em torno das redes baseadas em comutação de pacotes, com destaque para os protocolos da arquitetura TCP/IP, a qual tem um papel de destaque na formação a ser desenvolvida no curso.

Quando da reestruturação da Educação Profissional, estabelecida pela Lei 9394/1996 e pelo Decreto 2208/1997, os curso técnicos mantidos pelo IFSC foram organizados sob a ótica da noção de competências. Por longos anos a estrutura de competências definida nos currículos do curso orientaram a prática pedagógica dos professores. Para a construção do currículo da Engenharia de Telecomunicações, o documento “Princípios norteadores das engenharias dos IFs” (MEC, 2009a) sugere revisitar o percurso de formação profissional, superando a lógica do perfil de competências e estabelecendo uma relação entre educação e o mundo do trabalho. A Figura 10 apresenta uma síntese destas ideias. A resignificação da concepção de educação nas engenharias tem como desafios a articulação entre a dimensão profissional e a dimensão sócio-política. Esta articulação visa possibilitar aos indivíduos o desenvolvimento da capacidade de gerar conhecimentos a partir de postura dialógica com a realidade e compreender a realidade, para ter presença substantiva a favor do desenvolvimento local e da sustentabilidade. A Figura 11 apresenta uma síntese destas ideias. Dentro deste contexto foi construído o currículo do curso de Engenharia de Telecomunicações, procurando articular as componentes curriculares do núcleo básico com as do núcleo específico e profissionalizante, bem como com a competência central voltada para o desenvolvimento de sistemas de telecomunicações. Três Projetos Integradores tem presença no currículo, conforme prevêem as Diretrizes para os Cursos de Engenharia do IFSC. O objetivo geral dos Projetos Integradores, previsto nas diretrizes, é integrar e aplicar os conhecimentos de um conjunto de disciplinas, podendo ter como resultado um sistema, equipamento, protótipo ou relatório de ensaio, pesquisa ou estudo de caso. No currículo do Curso de Engenharia de Telecomunicações foram previstos Projetos Integradores na 1a fase, na 6a fase e 8a fase do curso. Os objetivos do Projeto Integrador da 1a fase da Engenharia de Telecomunicações são: i) motivar os alunos para a Engenharia de Telecomunicações tendo como foco projetos que tratem problemas da área; ii) apresentar aos alunos a necessidade de uma metodologia de desenvolvimento de projeto; iii) proporcionar aos alunos a oportunidade de conhecer e compreender conceitos básicos e terminologias utilizadas na área de telecomunicações; iv) analisar no contexto de um projeto de Engenharia de Telecomunicações as relações entre ciência, tecnologia e sociedade. Os Projetos Integradores da 6a e 8a fase tem por objetivos desenvolver as competências centrais do perfil do egresso desejado para a Engenharia de Telecomunicações, as quais envolvem o projeto e implementação de sistemas envolvendo software, hardware e processamento de sinais. A proposta para os três Projetos Integradores da Engenharia de Telecomunicações é trabalhar cada um deles em diferentes níveis de complexidade cognitiva que segundo Bloom (1994) são: o conhecimento, a compreensão, a aplicação, a análise, a síntese e a avaliação. O Projeto Integrador da 1a fase trabalha os níveis de conhecimento, compreensão e aplicação, relacionados a verbos como: explanar, listar, desenhar, calcular (Witt et al., 2006). Por exemplo, ao final do projeto devem ser capazes de explanarem sobre o projeto desenvolvido, listarem conceitos e terminologias envolvidas e realizarem desenhos e cálculos que permitam explicar o funcionamento do projeto. O Projeto Integrador da 6a fase trabalha os níveis de aplicação, análise e síntese, relacionados a verbos como: implementar, comparar, classificar, derivar, propor (Witt et al., 2006). Neste projeto os alunos devem ser capazes de realizar uma implementação de um sistema usando conhecimentos e ferramentas trabalhadas em diferentes disciplinas, visando resolver um problema específico. Os alunos devem também comparar a solução apresentada com outras existentes ou outras equipes e propor melhorias para o sistema desenvolvido. O Projeto Integrador da 8a fase trabalha os níveis de síntese e avaliação, relacionados a verbos como: projetar, melhorar, recomendar (WITT et al., 2006). Por exemplo, neste projeto os alunos devem apresentar uma solução para um problema aberto, incluindo uma concepção da solução e escolha das ferramentas, o projeto e implementação do sistema, avaliação da solução e das ferramentas utilizadas. No planejamento das atividades de ensino buscar-se-á uma forte interação entre os docentes, que tem a missão de construir em conjunto as atividades de formação, articulando os diversos campos da formação profissional através das práticas pedagógicas desenvolvidas nas diversas componentes curriculares. Sugere-se que nas diversas componentes curriculares se realizem projetos, seminários, aulas expositivas e atividades práticas em laboratório, com objetivo de solidificar a visão de totalidade, para que o aluno reconheça de forma integrada os diversos aspectos da sua área profissional e do mundo do trabalho. Nas duas últimas fases do curso os alunos realizam um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), orientado por um professor. Este TCC deve abranger diversos conhecimentos desenvolvidos ao longo do curso, podendo os temas para os projetos serem sugeridos pelos alunos ou pelos professores. Durante a execução do TCC os alunos estarão submetidos novamente a situações onde necessitarão articular as diversas formações obtidas no curso. A partir da integralização de 2160 horas de curso os alunos podem realizar o estágio curricular obrigatório, o qual visa proporcionar ao aluno a vivência no mundo do trabalho, facilitando sua adequação à vida profissional permitindo a integração dos diferentes conceitos vistos ao longo da sua vida escolar. O estágio tem por objetivo não somente ser um instrumento para vivência do mundo do trabalho e integração dos conceitos adquiridos durante o curso, mas, também, de ser uma oportunidade de inserção no mercado de trabalho.

Titulação e formação acadêmica O professor Eraldo Silveira e Silva atua como coordenador do curso de Engenharia de Telecomunicações desde novembro de 2014. Ele possui graduação em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Santa Catarina (1984), mestrado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Santa Catarina (1988) e doutorado pelo Departamento de Automação e Sistemas da UFSC (2011) na área de mobilidade e redes com QoS. É professor do Instituto Federal de Santa Catarina desde 1992. Trabalhou no Setor de Desenvolvimento de Microprocessados da WEG Acionamentos (1985/ 1986) e no Laboratório de Controle e Microinformática da UFSC (1990/1991). Realizou estágio em Sistemas Informáticos Distribuídos, na Chórus Systèmes - França (1988/1989), estágio de Especialização em Processamento Distribuído sobre rede IP, University of Essex, Colchester - Reino Unido (1995/1996) e estágio de doutorado-sanduíche no LAASCNRS em Toulouse-França (2007). É professor do IFSC desde 1992 onde atualmente é professor Titular. Regime de trabalho O coordenador do Curso atua no IFSC no regime de 40 horas com dedicação exclusiva (DE). Segundo o Regulamento das Atividades dos Docentes do IFSC, a qual normatiza a distribuição das atividades de ensino, pesquisa e extensão dos docentes do IFSC ao coordenador de curso será destinada uma carga horária entre 10 a 30 horas para o cumprimento de suas atribuições de gestão e a distribuição de carga horária de até 10 horas semanais de aula.

O sistema de avaliação do processo de ensino aprendizagem no curso de Engenharia de Telecomunicações far-se-á de acordo com as normas estabelecidas no Regulamento Didático-Pedagógico (RDP) do IFSC.

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