Projeto Político Pedagógico

O perfil profissional do egresso do curso FIC/PROEJA MÉDIO em Assistente para Indústria de Plásticos monitora e intervém no processo de fabricação de produtos de plástico, avaliando a qualidade dos produtos finais. O profissional também identifica as principais matérias-primas utilizadas no âmbito industrial e atua no sentido de colaborar em sistemas de gestão socioambiental.
 
 

Empresas do setor de transformação de plásticos e áreas relacionadas à aplicação e uso destes materiais, além de empreendimentos destinados ao reaproveitamento de materiais recicláveis.

● Possui formação integral e crítica para o exercício da cidadania;

  ● Compreende a realidade social na qual está inserido, ampliando as possibilidades de intervenção crítica, visando sua transformação;

  ● Insere-se nas relações sociais e no mundo do trabalho, respeitando a diversidade de opiniões, de culturas, de gênero, de etnias e de modos de ser; 

● Busca a politização com uma postura crítica, comprometida e consciente da sociedade compreendendo-se como sujeito de direitos e deveres, reconhecendo uma visão histórica e crítica das relações sociais;

  ● Envolve-se com os participantes do projeto, de forma interdisciplinar e ética, em consonância com os princípios que regem os direitos humanos; 

● Utiliza a pesquisa enquanto prática de apropriação e ampliação do conhecimento;

  ● Acompanha o processamento de produtos termoplásticos, considerando suas variadas formas de execução e as características das matérias-primas, respeitando as normas técnicas de saúde, segurança no trabalho e controle de qualidade. 

● Aplica ética e responsabilidade sócio ambiental e profissional.

Este projeto pedagógico de curso caracteriza-se como uma expressão coletiva, pautado em estudos realizados com o objetivo de identificar as possíveis demandas da EJA e, também, pelos inúmeros debates gerados pelos profissionais envolvidos com a construção desta proposta. Ao término da redação do projeto, pode-se afirmar que o sentimento de inconclusão deve permanecer, principalmente no quesito metodologia. Essa consciência de inacabamento, de não obter um „produto final‟, é extremamente necessária para a promoção da interação dialética e, consequentemente, a execução de práticas pedagógicas significativas e não como ações dadas a priori. FREIRE (2002) já apresentava discussões relacionadas a necessidade da não verticalização das práticas educacionais, mas sim a efetivação de uma educação horizontal. Nas palavras do autor, encontramos:
 Não seria possível a educação problematizadora, que rompe com os esquemas verticais característicos da educação bancária, realizar-se como prática da liberdade, sem superar a contradição entre educador e educandos. [...] Dessa maneira, o educador já não é o que apenas educa, mas o que, enquanto educa, é educado, em diálogo com o educando que, ao ser educado, também educa. Ambos, assim, tornam-se sujeitos do processo em que crescem juntos e em que os “argumentos de autoridade” já não valem. (FREIRE, 2002, p.68).
 
Diante disso, deseja-se que os sujeitos envolvidos nesse projeto sejam sensíveis à realidade dos
educandos e compreendam as especificidades da EJA. “Isso não significa que um professor que atue na educação básica ou profissional não possa trabalhar com a modalidade EJA. Todos os professores podem e devem, mas, para isso, precisam mergulhar no universo de questões que compõem a realidade desse público” (BRASIL, 2007, p.36). Desse modo, não é concebível um processo de transposição de práticas executadas no „Ensino Tradicional‟ para o âmbito da EJA. Faz-se, necessário, antes de tudo, „quebrar‟ paradigmas e direcionar os processos de ensino e aprendizagem para o contexto real dos sujeitos envolvidos, no caso o público da EJA.
 A modalidade da EJA proporciona a superação de modelos curriculares tradicionais. Observa-se a reflexão desenvolvida no Documento Base do PROEJA (2007):
 
A desconstrução e construção de modelos curriculares e metodológicos, observando as necessidades de contextualização frente à realidade do educando, promovem a ressignificação de seu cotidiano. Essa concepção permite a abordagem de conteúdos e práticas inter e transdisciplinares, a utilização de metodologias dinâmicas, promovendo a valorização de saberes adquiridos em espaços de educação não-formais, além do respeito à diversidade. (BRASIL, 2007, p.48)
 
Todas essas observações deverão culminar em novas e diferenciadas estratégias de práticas pedagógicas integradas. Vale lembrar, a esse propósito, o Projeto Pedagógico Institucional do IFSC que apresenta como proposta “um currículo interdisciplinar, que atenda ao desenvolvimento das competências traçadas a partir de situações concretas das diferentes áreas profissionais, visando promover a socialização de saberes, superar a fragmentação entre as diferentes áreas do conhecimento e perceber o aluno como uma totalidade”. Com esse intuito, o Curso de Assistente para a Indústria de Plásticos – PROEJA – Ensino Médio será desenvolvido em três semestres e, contemplando as seguintes áreas do conhecimento: Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, Ciências da Natureza e suas Tecnologias, Matemática e suas Tecnologias e Ciências Humanas e suas Tecnologias; Formação Profissional na área de Plásticos.
 Os conhecimentos referentes às quatro grandes áreas serão desenvolvidos em momentos que garantam suas especificidades e, também suas inter-relações. A interdisciplinariedade será o eixo condutor desse projeto e se materializará pelo viés dos Projetos Integradores, a serem desenvolvidos nas quatro áreas. Os projetos Integradores serão planejados pela equipe docente, responsável por cada um dos blocos. Um docente será designado para desempenhar a função de articulador dos Projetos Integradores e acompanhará o desempenho e execução das atividades previstas. Os Projetos serão desenvolvidos com base em eixos temáticos, estes deverão ser propostos e definidos de forma conjunta com os educandos.
 De acordo com Paulo Freire (2005) “A investigação temática, que se dá no domínio do humano e não no das coisas, não pode reduzir-se a um ato mecânico. Sendo processo de busca, de conhecimento, por isto tudo, de criação, exige de seus sujeitos que vão descobrindo, no encadeamento dos temas significativos, a interpretação dos problemas. (FREIRE, 2005, p.116). Desse modo, os Projetos Integradores, pautados em Eixos Temáticos, proporcionarão:
 
- A articulação dos conteúdos mínimos a serem estudados;
 
- A compreensão do contexto em que os alunos estão inseridos;
 
- O desenvolvimento de uma pedagogia problematizadora, centrada na resolução de problemas;
 
- O aprofundamento e a ampliação dos conhecimentos dos alunos;
 
- Abordagem conceitual sob o enfoque de diversas contextualizações;
 
 
Para executar com êxito a proposta apresentada neste PPC, alicerçada numa abordagem conceitual de interdisciplinariedade, torna-se imperativo a realização de encontros coletivos semanais, envolvendo todos os professores atuantes no curso, com carga horária destinada para a implantação da modalidade EJA no campus Caçador. Dentre a carga horária destinada ao Projeto Integrador, destacam-se as atividades desenvolvidas dentro e fora do espaço formal da escola, como: participação em palestras, projetos e ações de extensão, atividades laboratoriais, saídas de campo, entre outras ações propostas pelos docentes do
curso.
 
Considerando a perspectiva interdisciplinar do projeto, propõe-se um trabalho pedagógico diversificado, contendo inclusive momentos com mais de um professor em sala de aula. O estudante deverá cursar os quatro blocos relacionados às diferentes áreas do conhecimento, completando a carga horária mínima de 1200 horas para a Formação Geral, integrada a carga horária de 200 horas relacionadas à Formação profissional ligada à área de plásticos.
 
 

Fernando Augusto G. C. Moura - E-mail: fernando.moura@ifsc.edu.br

De acordo com o Projeto Político Pedagógico do IFSC, a avaliação compreenderá um conjunto de ações desenvolvidas de forma sistemática, processual, integral, primando pelo caráter diagnóstico e formativo do educando. Para o desenvolvimento de uma formação humana e emancipatória, é de vital necessidade a concretização de avaliações acolhedoras, processuais e verdadeiramente formativas. No que concerne ao público da EJA, destaca-se que:
 
O que importa é que não se reproduzam, pela avaliação, as exclusões vigentes no sistema, que reforçam fracassos já vivenciados e corroboram a crença internalizada de que não são capazes de aprender, substituindo esse modelo pela ratificação da auto-estima que qualquer processo bem-sucedido pode produzir, reafirmando a disposição política de cumprir o dever da oferta da educação com qualidade, devida a tantos cidadãos. (BRASIL, 2007, p.55)
 
Os jovens e adultos que enfrentam diversas barreiras e retornam à escola precisam compreendê-la como um espaço de relações, diálogos, reflexões e aprendizagens enquanto experiências significativas em suas vidas. Ainda de acordo com o Projeto Político Pedagógico Institucional do IFSC (PDI, 2014-2016, p.11), “A avaliação faz parte do ato educativo, do processo de ensino e aprendizagem. É fundamental que a avaliação deixe de ser um instrumento de classificação, seleção e exclusão social e se torne uma ferramenta para a construção coletiva dos sujeitos e de uma escola de qualidade”. A título de exemplificação, apresentase, na sequência, as múltiplas dimensões elucidadas nesse projeto sobre o funcionamento do processo avaliativo (CEFET-RN, 2005):
 
Diagnóstica: na medida em que caracteriza o desenvolvimento do aluno no processo de ensinoaprendizagem, visualizando avanços e dificuldades e realizando ajustes, tomando decisões necessárias às estratégias de ensino e ao desempenho dos sujeitos do processo;
 Processual: quando reconhece que a aprendizagem acontece em diferentes tempos, por processos singulares e particulares de cada sujeito, tem ritmos próprios e lógicas diversas, em função de experiências anteriores mediadas por necessidades múltiplas e por vivências individuais que integram e compõem o repertório a partir do qual realiza novos aprendizados, e ressignifica os antigos;

 
Formativa: na medida em que o sujeito tem consciência da atividade que desenvolve, dos objetivos da aprendizagem, podendo participar da regulação da atividade de forma consciente, segundo estratégias metacognitivas que precisam ser compreendidas pelos educadores. Pode expressar seus erros, como hipóteses de aprendizagem, limitações, expressar o que sabe, o que não sabe e o que precisa saber;
 Somativa: expressa o resultado referente ao desempenho do aluno durante o curso, por meio de menções, relatórios ou notas. Nota-se que as diferentes dimensões avaliativas devem estar entrelaçadas, durante todo o andamento do curso. Esse movimento se dará por meio das práticas críticas e reflexivas de educadores, intelectuais orgânicos, comprometidos com uma educação humanizadora e emancipatória.

Baixar Arquivo
SIGAA | DTIC - Diretoria de Tecnologia da Informação e Comunicação - (48) 3877-9000 | © IFSC | appdocker5-srv2.appdocker5-inst228/03/2024 21:43