Projeto Político Pedagógico

Preferencialmente, para profissionais graduados em agronomia, tecnologia em agroecologia, tecnologia em horticultura e tecnologia em fruticultura
1 Tendências Econômicas da Região
A região Sul do Brasil é reconhecida internacionalmente pela sua grande potencialidade em relação às características edafoclimáticas no país para o cultivo de fruteiras de clima temperado, entre as quais se destacam a macieira, pereira, videira, pessegueiro, ameixeira e caquizeiro. O setor frutícola participa diretamente na economia da região Sul, sendo responsável pela geração de empregos diretos e indiretos proporcionando o desenvolvimento regional. Esta atividade apresenta efeito multiplicador de renda o que confere aporte suficiente para alavancar economias locais estagnadas (BUAINAIN; BATALHA, 2007).

A produção brasileira de maçã em 2013 foi em torno de 1.339.000 toneladas, sendo de grande importância para a balança comercial da região Sul e do Brasil (IBGE, 2014). O estado de Santa Catarina é o maior produtor, com 53,3% do total nacional, seguido pelos estados do Rio Grande do Sul, com 42,1%, Paraná, com 4,4%, e São Paulo, com 0,1% (IBGE, 2014). No estado de Santa Catarina, as principais regiões produtoras são São Joaquim, no Planalto Serrano, e Fraiburgo, no Meio Oeste do Estado. A região de São Joaquim engloba os municípios de Bom Jardim da Serra, Bom Retiro, Rio Rufino, Urubici e Urupema, responsáveis por 398.295 toneladas da produção do estado. Nesta região são comuns as pequenas unidades de produção, geralmente cooperados, sendo que as propriedades possuem produção diversificada (FAO, 2014).

Cerca de 90 % da produção nacional são das cultivares Gala e Fuji. Destas cultivares foram e ainda são criados novos clones os quais apresentam diferenças de tamanho do fruto, vigor de planta, hábito de frutificação, época de produção e resistência a doenças, o que exige constante atualização dos técnicos responsáveis pelas propriedades produtoras (FIORAVANÇO et al., 2010)

Outra fruta de clima temperado que apresenta grande destaque no consumo nacional é a pera, sendo a terceira fruta de maior consumo e a primeira em volume de importação (FAORO, 2001). A produção brasileira de pera ainda é baixa, em torno de 16 mil toneladas (FAO, 2013). Em 2012 o Brasil importou pouco mais de 216 mil toneladas de peras frescas (ALICE WEB, 2012). Com base na produção e no seu consumo, observa-se que o cultivo de pera surge como uma alternativa para a diversificação da fruticultura de clima temperado na região subtropical do Brasil (PEREIRA; HERTER, 2010).

Atualmente o cultivo da pereira tem maior intensidade no sul e sudeste do país, com destaque para os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, que representam 86,9% da produção nacional (IBGE, 2013). No entanto, problemas relacionados com o vigor das plantas, tipo de portaenxerto, abortamento floral, insuficiência de frio hibernal, falta de cultivares adaptadas às condições edafoclimáticas, dentre outros, impedem a expansão da cultura no País (FACHINELLO et al., 2011).

2 Tendências Tecnológicas
Os principais desafios para a produção de fruteiras de clima temperado estão relacionados à adaptação das culturas às mudanças climáticas, sobretudo às condições de inverno ameno e às frequentes oscilações de temperaturas que ocorrem nas principais regiões produtoras. As variações climáticas influenciam na fenologia de frutíferas de clima temperado determinando a época de ocorrência e a duração dos diferentes estádios fenológicos das culturas.

O excesso de precipitação na região, associado ao uso de portaenxertos vigorosos influenciam no aumento do vigor das frutíferas resultando no desequilíbrio entre o desenvolvimento vegetativo e produtivo das plantas, e ainda, propiciam a incidência de doenças e pragas, aumentando a necessidade de tratamentos fitossanitários (PETRI, 2006). O uso de técnicas adequadas em relação ao uso de defensivos agrícolas no controle de doenças e pragas associadas ao correto manejo da cultura, minimiza os impactos ambientais, e aumenta a qualidade de vida dos produtores através da racionalização no uso de agroquímicos (JOBIN; CARISSE, 2007).

O sucesso na produção de frutas de qualidade depende da adoção de tecnologias de manejo que visam promover um equilíbrio entre a parte vegetativa e a produtiva das plantas. O manejo de água adequado aumenta a eficiência nutricional em macieiras e pereiras, sendo crucial nas fases de florescimento e maturação de frutos, resultando em maior tamanho de frutos e produtividade (SHARMA et al., 2010).

Eficientes práticas de manejo de solo e, principalmente, a introdução de cultivares e portaenxertos adaptados às condições edafoclimáticas de determinada região podem aumentar a produção de pereiras em até 3 vezes a produtividade média (SHARMA et al., 2010). O manejo da nutrição nas culturas da macieira e da pereira, em relação às doses e aos métodos de aplicação dos nutrientes, também deve ser considerado, devido ao alto potencial de perdas por lixiviação e a baixa fertilidade natural dos solos do sul do Brasil (BERNARDI et al., 2009). Condições não ideais de solo e de disponibilidade de nutrientes, por falta ou por excesso, resultam em plantas mal desenvolvidas, com reflexos sobre a produtividade, a qualidade de frutos e a longevidade do pomar (BASSO et al., 2003).

O correto uso das técnicas de poda e de raleio nas plantas garante a regularidade da produção e aumenta a qualidade de frutos. O adequado balanço entre crescimento vegetativo e formação de frutos pode ser alcançado através do uso de fitorreguladores possibilitando a obtenção de produções satisfatórias. As técnicas de incisão anelar e o corte de tronco têm sido utilizados para o controle do crescimento vegetativo, visando o incremento na indução floral e na capacidade produtiva de pomoideas (SHARMA et al., 2010).

3 Demanda
O aumento da área cultivada e a produção de frutas de clima temperado têm crescido no Brasil. Isso vem ocorrendo principalmente devido à modernização do setor e a gestão da propriedade rural, ao controle dos fatores de produção, à adoção de tecnologias de baixo impacto ambiental, visando à qualidade, segurança do produto e preservação do meio ambiente e, deste modo, atendendo às exigências do mercado consumidor brasileiro (FACHINELLO et al., 2011).

A demanda relacionada ao consumo e a produção de frutas refletiu em um aumento de 62% nas exportações, resultantes da abertura de novos mercados consumidores e de avanços tecnológicos no setor produtivo que capacitaram os produtores com a finalidade de atender aos padrões de qualidade exigidos no mercado internacional (IBGE, 2013).

Nesta economia globalizada as constantes transformações requerem profissionais com competências e habilidades que atendam às demandas emergentes do mundo do trabalho e que sejam capazes de promover a sustentabilidade do sistema produtivo.

Diante do grande número de profissionais graduados na área de engenharia agronômica que atuam na região, e do grande número de associações e cooperativas que buscam capacitar seus profissionais tem-se observado grande demanda e interesse por um curso de especialização em manejo de pomares de frutas temperadas, a fim de, proporcionar conhecimento e alavancar o crescimento e o desenvolvimento da região. Considerando a importância que a maçã representa para a região de São Joaquim, na qual Urupema está inserida, que possui mais de 2000 produtores, o potencial de expansão da cultura da pera, bem como o fato de ambas pertencerem a família das rosáceas, o que implica em um sistema de condução e tratos culturais semelhantes, optou-se pela criação deste curso em manejo de pomares de macieiras e pereiras.
O curso será ofertado no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina – Câmpus Urupema, na Estrada Geral do Senadinho, SN, Centro, Urupema/SC. Baixar Arquivo
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