Projeto Político Pedagógico

Graduados, preferencialmente servidores da Rede EPT e de instituições de educação profissional, profissionais em geral.
A profissionalização da gestão pública, por meio da valorização e capacitação do servidor, é uma das formas de qualificar o atendimento ao cidadão, assegurando a otimização de recursos públicos e, principalmente, o atingimento da atividade fim dos órgãos públicos com eficiência e efetividade. Ainda, o fortalecimento das instituições passa pela adaptação de inovações tecnológicas e pelo esforço dos profissionais na incorporação de novas práticas gerenciais. Nesse sentido, destaca-se a definição contida no Plano Diretor da Reforma Estatal (PDRAE, 1995): Administração Pública Gerencial - Emerge na segunda metade do século XX, como resposta, de um lado, à expansão das funções econômicas e sociais do Estado, e, de outro, ao desenvolvimento tecnológico e à globalização da economia mundial, uma vez que ambos deixaram à mostra os problemas associados à adoção do modelo anterior. A eficiência da administração pública - a necessidade de reduzir custos e aumentar a qualidade dos serviços, tendo o cidadão como beneficiário - torna-se então essencial. A reforma do aparelho do Estado passa a ser
orientada predominantemente pelos valores da eficiência e qualidade na prestação de serviços públicos e pelo desenvolvimento de uma cultura gerencial nas organizações. Martins (2010, p. 5) ressalta que o universo que compõe a Gestão Pública brasileira “é formado por mais de 5.560 governos municipais, 100 mil organizações públicas, 54 mil conselhos de políticas em cerca de 40 temas, 500 mil dirigentes públicos, oito milhões de servidores e um incontável número de parceiros”. Verifica-se, assim, a necessidade da capacitação desse imenso quantitativo de gestores e servidores para a atuação eficiente, responsável e sustentável da administração pública. Com os novos desafios da Gestão Pública, voltada para a otimização de recursos com foco na oferta de serviços com alta qualidade, faz-se necessária a profissionalização e capacitação dos servidores para que tenham condições de contribuir e alcançar os objetivos dos órgãos aos quais estão vinculados. No que tange à Gestão Pública para EPT, foco deste projeto, temos que refletir ainda sobre o aspecto da formação de profissionais com a visão acima citada, adicionada à sensibilidade no trato das questões educacionais que possuem nuances específicos. O art. 3o do Decreto no 5497/2005, que dispõe sobre o provimento de cargos de direção e assessoramento da Administração Pública Federal, dispõe sobre a prioridade das capacitações gerenciais:
Art. 3o Os órgãos, autarquias e fundações da administração pública federal deverão incluir em seus planos de capacitação ações voltadas à habilitação de seus servidores para o exercício de cargos de direção e assessoramento superiores, as quais terão, na forma do art . 9 o da Lei n o 7.834, de 6 de outubro de 1989, prioridade nos programas de desenvolvimento de recursos humanos na administração pública federal. A Lei de Criação dos Institutos Federais faculta a possibilidade de ofertar, em nível de educação superior, “[...] d) cursos de pós-graduação lato sensu de aperfeiçoamento e especialização, visando à formação de especialistas nas diferentes áreas do conhecimento” (BRASIL, 2008). 2 Quanto à trajetória de formação do IFSC em Gestão Pública, a instituição
possui experiência em ofertas de Pós-graduação na área desde 2006. Nesse ano e no seguinte foram abertas turmas em oferta própria, na modalidade presencial. Além disso, por meio do Programa Universidade Aberta do Brasil (UAB), foram ofertadas novas turmas no período de 2008 a 2014, na modalidade EaD. A presente proposta visa dar continuidade a essa trajetória de formação, voltando-se às especificidades da EPT. Espera-se, assim, contribuir para a consolidação da Meta 19 do Plano Nacional da Educação, que tem como desafio “assegurar condições, no prazo de dois anos, para a efetivação da gestão democrática da educação, associada a critérios técnicos de mérito e desempenho e à consulta pública à comunidade escolar, no âmbito das escolas públicas, prevendo recursos e apoio técnico da União para tanto” (PNE, 2014, p. 59) 3 . O documento destaca que: A gestão democrática da educação deve ser capaz de envolver os sistemas e as instituições educativas e de considerar os níveis de ensino, as etapas e as modalidades, bem como as instâncias e mecanismos de participação coletiva. Para tanto, exige a definição de conceitos como autonomia, democratização, descentralização, qualidade e propriamente a participação, conceitos esses que devem ser debatidos coletivamente para aprofundar a compreensão e gerar maior legitimidade e concretude no cotidiano. (PNE, 2014, p. 59). Traz, ainda, como estratégias para o cumprimento da referida meta, as seguintes ações: 19.7) favorecer processos de autonomia pedagógica, administrativa e de gestão financeira nos estabelecimentos de ensino; 19.8) desenvolver programas de formação de diretores e gestores escolares, bem como aplicar
prova nacional específica, a fim de subsidiar a definição de critérios objetivos para o provimento dos cargos, cujos resultados possam ser utilizados por adesão.
Em relação à articulação da proposta aqui apresentada ao Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) do IFSC 4 , destaca-se que o presente projeto articula-se ao “Objetivo estratégico A1”, que propõe-se a “Atender os potenciais alunos, considerando seus diferentes perfis e o contexto social, ambiental e econômico da sua região”. Ainda, em relação à articulação desta proposta com o PDI, destaca-se o “Objetivo estratégico C1”: Favorecer o compartilhamento do conhecimento e a cooperação entre servidores e áreas, considerando-se a proposta ser pensada de forma multicampi, com constituição de turmas em mais de uma região onde houver campus do IFSC ou das Instituições parceiras. A proposta de oferta em mais de um câmpus, aqui apresentada, também atende ao que prevê a Resolução XXX da Pós-graduação do IFSC, que aponta: “§4o Os cursos poderão ser ofertados em parceria entre dois ou mais Câmpus do IFSC” (IFSC, 2016). A Política de Formação do IFSC (Resolução 45 2014 CONSUP) traz em seu art. 6o os seus objetivos, dos quais destacamos: II – contribuir para a qualificação dos processos educacionais a partir das formações dos servidores das instituições de ensino; III – contribuir com o processo de formação para a profissionalização da gestão pública; IV – promover a valorização do profissional da educação, mediante ações de formação inicial e continuada que estimulem a permanência e a progressão na carreira; (...)
A referida Política define ainda, em seu art. 8o, os programas para formação dos servidores, os quais se destacam seus incisos IV e V: Programa de Formação para a Gestão: desenvolvimento de projetos e ações que contribuam para a atuação em atividades de gestão, considerando a estrutura organizacional de gestão do IFSC; e Programa de Formação em Educação Profissional, Científica e Tecnológica: desenvolvimento de projetos e ações que qualifiquem a atuação no âmbito da EPT. Em pesquisa de demanda com os servidores do IFSC, realizada pela Diretoria de Gestão de Pessoas (DGP) em 2015, identificou-se o interesse dos Técnicos Administrativos em Educação (TAEs) por formações voltadas ao Desenvolvimento de Dirigentes (57,84%, representando um total de 214 TAEs de 370 respondentes). 5 Quando solicitados a especificar a linha de desenvolvimento da área “Desenvolvimento de Dirigentes”, 49,19% (182 servidores) apontaram
interesse em formação na área de “Gestão Administrativa”. Do mesmo modo, o relatório da Comissão Própria de Avaliação (CPA) do IFSC, em 2014, indicou como ponto a ser trabalhado e desenvolvido: “oportunizar condições de capacitação e pós-graduação para o desenvolvimento profissional docente, técnico e administrativo.” Em 2015, a CPA do IFSC alertou como ponto crítico que merece intervenção significativa: “oportunizar condições de capacitação e pós-graduação para o desenvolvimento profissional docente e técnico-administrativo, permitindo um melhor desenvolvimento na carreira.” Assim, para o atendimento dessa demanda institucional de capacitação dos servidores do IFSC, da rede EPT e dos servidores da Educação Profissional em geral, e considerando que nenhum
outro campus do IFSC atua nessa área de Gestão Pública da EPT e formação de servidores, o CERFEAD propõe o seguinte itinerário formativo em suas ofertas, articulado à presente proposta: I - ambientação e formação continuada para docentes e técnicos administrativos ingressantes na rede EPT; II - pós-graduação lato sensu em Gestão Pública na EPT e em formação docente na EPT; III - pós-graduação stricto sensu em nível de Mestrado e Doutorado em Educação Profissional e Tecnológica, com linhas de pesquisa em estão e prática docente; e IV - outros cursos de formação inicial e continuada na área. Dessa forma, este curso visa trabalhar os aspectos técnicos da Gestão Pública moderna aliados às peculiaridades de uma instituição pública de Educação Profissional Tecnológica. O Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Gestão Pública na Educação Profissional e Tecnológica propõe-se a contribuir com o percurso formativo dos servidores públicos, sobretudo atendendo às especificidades das instituições de Educação Profissional. Destaca-se, ainda, que em Santa Catarina não há a oferta similar do curso aqui proposto, considerando-se a especificidade de formação em Gestão Pública voltada à Educação Profissional e Tecnológica e às especificidades que esta área do serviço público demanda. Assim, espera-se ampliar as oportunidades de capacitação para servidores e gestores, com foco na qualidade do serviço público prestado pelas instituições. Busca-se, também, a efetividade da atuação do IFSC como instituição pública de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, quanto ao atendimento às demandas latentes e explícitas por formação profissional, em uma oferta que atenderá às diferentes regiões do estado, já que a oferta será feita na modalidade a distância, com turmas a serem abertas nas regiões oeste, norte, sul, grande Florianópolis e planalto norte.

OBJETIVO

O curso tem por objetivos:

3.2.1 Objetivo geral:

Capacitar para atuação na área de Gestão Pública, com ênfase na gestão de instituições públicas de Educação Profissional e Tecnológica.

3.2.2 Objetivos específicos

a) atuar na Gestão Pública considerando a realidade social, política e econômica, na qual essa função está inserida;
b) ampliar a reflexão crítica e a pró-atividade por meio da relação entre teoria e prática na área de Gestão Pública;
c) desenvolver a cultura da profissionalização da gestão nas Instituições da Educação Profissional, sobretudo na rede EPT;
d) promover a eficiência da gestão das instituições da rede EPT para o alcance das políticas públicas sob sua responsabilidade.
e) estudar a estrutura e o funcionamento da Educação Profissional no Brasil, em especial, nas instituições que compõem a Rede Federal de EPT.
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