Projeto Político Pedagógico

O Técnico em Edificações será habilitado para:
● Desenvolver projetos de arquitetura, estrutura, instalações elétricas e hidrossanitárias de até 80 m2 usando meios físicos ou digitais.
● Elaborar orçamentos de obras e serviços.
● Planejar a execução dos serviços de construção e manutenção predial.
● Executar obras e serviços de construção e manutenção predial.
● Executar ensaios de materiais de construção, solos e controle tecnológico.
● Conduzir planos de qualidade da construção.
● Coordenar a execução de serviços de manutenção de equipamentos e instalações em edificações.

Locais e ambientes de trabalho: Construtoras. Empresas de projetos. Obras. Escritórios. Empresas de material de construção. Órgãos públicos. Empresas privadas.

Para atuação como Técnico em Edificações, são fundamentais:
● Conhecimentos e saberes relacionados aos processos de planejamento e construção de edificações de modo a assegurar a saúde e a segurança dos trabalhadores e dos futuros ocupantes do imóvel.
● Conhecimentos e saberes relacionados à sustentabilidade do processo produtivo, às técnicas e aos processos de produção na construção civil, às normas técnicas.
● Habilidades e competências relacionadas à liderança de equipes, à solução de problemas técnicos e trabalhistas e à gestão de conflitos.

A metodologia de desenvolvimento pedagógico do curso, ampara-se na concepção de educação que fundamenta o trabalho no Instituto Federal Santa Catarina que, conforme o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) IFSC 2020 – 2024, p. 64: "[...] é a concepção histórico-crítica, democrática e emancipadora, que entende a educação como prática social" e “como um processo de humanização dos homens, [...] inserido no contexto de suas relações sociais.” (LIBÂNEO, 2003, p. 68 apud PDI – IFSC 2020- 2024, p. 64). Conforme o mesmo documento versa, Na história sobre as correntes pedagógicas, no Brasil, deve-se situar a pedagogia histórico-crítica na perspectiva de contraposição às teorias educacionais fundamentadas na filosofia pragmática, assim como de superação àquelas teorias que compreendem a escola como aparelho reprodutor das desigualdades mais amplas da sociedade (...). (PDI – IFSC 2020-2024, p.64) Nesse contexto, a pedagogia histórico-crítica apresenta ideias de transformação da sociedade e está amparada no materialismo histórico e utiliza a dialética histórica como abordagem metodológica destinada à elaboração do conhecimento e a teoria histórico-cultural para explicar o processo de ensinoaprendizagem (PDI – IFSC 2020-2024, p.64). No contexto dessa teoria, ressalta-se que é fundamental a clareza da abordagem didáticometodológica. Nesse aspecto, destaca-se a importância de se reconhecer na prática docente as etapas e estratégias que orientam essa teoria, respeitando-se, claro, a autonomia docente e o comprometimento com o desenvolvimento integral dos sujeitos. A pedagogia histórico-crítica está fundamentada em uma série de etapas, descritas por seu idealizador (SAVIANI, 2008): Prática Social, relativa à interpretação da realidade; à visão de mundo; A Problematização dessa prática. A Instrumentalização dos alunos com os conhecimentos mais desenvolvidos que a humanidade tem produzido, de maneira a modificar qualitativamente a compreensão que eles tenham dessa prática social. A Catarse como uma passagem da prática social em si à prática social para si, que é o ponto de chegada do processo educativo e a Prática Social Final, em que um novo nível de desenvolvimento atual do educando, consiste em assumir uma nova proposta de ação a partir do que foi aprendido. No âmbito da educação profissional e tecnológica, este curso apresenta o trabalho como princípio educativo geral e “se encaminha na direção da superação entre trabalho manual e trabalho intelectual, entre instrução profissional e instrução geral” (SAVIANI, 1989, p.13). Busca-se, conforme essa concepção, a não separação entre o conhecimento teórico e o prático, e o objetivo é a formação integral do sujeito, sem a preocupação somente na preparação do educando para o mercado de trabalho, conforme consta no PDI – IFSC 2020-2024.

A Pedagogia Histórico-Crítica nos possibilita uma aproximação à Teoria Histórico-Cultural de Vygotsky, que compreende o homem como um ser histórico, construído por meio de suas relações com o mundo natural e social. É a capacidade do ser humano de transformar a natureza através de seu trabalho por meio de instrumentos criados e aperfeiçoados em seu processo evolutivo que o distingue de outras espécies. As funções psicológicas superiores, conforme Vygotsky (1991), são essencialmente humanas, e têm sua origem na interação entre homem, mundo e cultura, sendo mediada por instrumentos e signos criados ao longo da história sociocultural da humanidade. Conforme postula Scalon (2002), essas funções formam-se a partir de um relacionamento entre os fatores biológicos e culturais, portanto são formadas na e pela história social dos homens. A formação de conceitos na teoria vygotskiana é o resultado de uma atividade complexa que mobiliza todas as funções intelectuais básicas (atenção deliberada, memória lógica, abstração, capacidade para comparar e diferenciar). Vygotsky postula esses conceitos como sendo espontâneos e científicos. Os conceitos espontâneos criam várias estruturas necessárias aos aspectos elementares e mais primitivos de um conceito, dando-lhe corpo e vitalidade. Seu desenvolvimento é ascendente (de baixo para cima), partem do concreto para o abstrato. Eles são definidos por seus aspectos fenótipos (características do indivíduo determinadas pelo seu genótipo e pelas condições ambientais), sem uma organização consistente e sistemática. Os conceitos científicos fornecem estrutura para o desenvolvimento crescente dos conhecimentos espontâneos da criança para o seu uso consciente e deliberado. Seu desenvolvimento é descendente (de cima para baixo), partem do abstrato para o concreto. Eles são sempre mediados por outros conceitos; exercem papel preponderante na aprendizagem escolar (VIGOTSKI, 2001 apud GASPARIN; PETENUSSI, 2015). Nessa teoria, o conhecimento constrói-se, fundamentalmente, a partir da base material (prática social dos homens e processos de transformação da natureza por eles forjados); porém as organizações culturais, artísticas, políticas, econômicas, religiosas, jurídicas etc. também são expressões sociais que impactam na construção do conhecimento. É importante considerar a existência social humana como geradora de conhecimento, e que esse é resultante do trabalho humano no processo histórico de transformação do mundo e da sociedade, através da reflexão sobre esse processo. Gasparin (2005) explica que o conhecimento, como fato histórico e social supõe sempre continuidades, rupturas, reelaborações, reincorporações, permanências e avanços.

Nesse bojo, um curso que pressupõe o ensino integrado, necessita de fato uma sistematização dos conhecimentos espontâneos e científicos e uma articulação entre os diversos campos do saber envolvidos no processo formativo do discente. Essa forma de compreender o ensino integrado exige a crítica às perspectivas reducionistas de ensino, que se comprometem em desenvolver algumas atividades humanas em detrimento de outras e que, em geral, reservam aos estudantes de origem trabalhadora o desenvolvimento de capacidades cognitivas básicas e instrumentais em detrimento de sua força criativa e de sua autonomia intelectual e política. (FRIGOTTO; ARAÚJO, 2018, p. 258) A escolha por um arranjo de trabalho que oportunize essa formação integral depende de diversas variáveis, tais como as condições concretas de realização dessa formação e o conhecimento e a maturidade profissional do professor; além de considerar o perfil da turma e o tempo disponível para essas atividades. “Mas decisivo é o compromisso docente com as ideias de formação integrada e de transformação social.” (FRIGOTTO; ARAÚJO, 2018, p. 257). O mesmo autor ainda esclarece que, Sob a perspectiva da integração, a utilidade dos conteúdos passa a ser concebida não na ótica imediata do mercado, mas tendo como referência a utilidade social, ou seja, os conteúdos são selecionados e organizados na medida de sua capacidade de gerar comportamentos que promovam o ser humano e instrumentalizem o reconhecimento da essência da sociedade e sua transformação. Procura-se, com isto, formar o indivíduo em suas múltiplas potencialidades: de trabalhar, de viver coletivamente e agir autonomamente sobre a realidade, contribuindo para a construção de uma sociabilidade de fraternidade e de justiça social. (FRIGOTTO; ARAÚJO, 2018, p. 258) O ensino integrado apresenta como condição essencial desejável a autonomia dos sujeitos, conforme Frigotto e Araújo (2018) enfatizam e deve ser compreendida como a capacidade que os indivíduos possuem para compreender a realidade sob uma perspectiva crítica e articulada à totalidade social, buscando intervirem de acordo com suas condições objetivas e subjetivas. “Em outras palavras, reconhecendo-se como produto da história, mas também como sujeito de sua história.” (FRIGOTTO; ARAÚJO, 2018, p. 262) Um Plano Pedagógico de Curso deve estar alinhado, portanto, com um “projeto comprometido com ações formativas integradoras (em oposição às práticas fragmentadas do saber)”. (FRIGOTTO; ARAÚJO, 2018, p.251).

Essa ideia de integração é tomada como orientadora de práticas formativas focadas na necessidade de ampliar a capacidade das pessoas compreenderem sua realidade específica e da relação desta com a totalidade social (p.251). Nessa direção, este Projeto Pedagógico de Curso toma os fundamentos da pedagogia Histórico-Crítica e da Teoria Histórico-Cultural como espinha dorsal do curso e também materializa como espaço para ações de ensino integradas e interdisciplinares as unidades curriculares de Projeto Integrador A e B; Projeto Integrador de Conclusão de Curso, que estão pensadas em nossa matriz curricular nas etapas de ensino do primeiro, segundo e terceiro ano do curso técnico integrado, divididas em dois módulos para os dois primeiros anos, de modo a contemplar os aspectos indissociáveis de Ensino, Pesquisa e Extensão, conforme estabelecido no PDI IFSC 2020-2024. A concepção desses espaços formativos de integração se realizou por meio de uma construção coletiva, que buscou a adequação do currículo à realidade dos documentos institucionais e sua aplicação ao contexto social local e ao processo formativo profissional e integral dos estudantes. Considerando a Resolução CONSUP/IFSC nº 23/2018 – que trata da Permanência e êxito dos estudantes no IFSC, este documento é formulado pautado nas medidas propostas para estruturar a oferta de cursos com base na estratégia: Elaboração de projetos de curso que levem em conta o trabalho, a pesquisa e a extensão como princípios educativos, visando a formação de profissionais criativos e preparados para atuar em situações diversas, além daquelas referentes ao contexto profissional específico da área do curso.[...] Revisar e atualizar os projetos pedagógicos dos cursos tornando-os mais alinhados às expectativas e demandas dos estudantes e dos arranjos produtivos locais, otimizando os conteúdos programáticos e fortalecendo as atividades práticas. [...] Promover atividades de extensão com a participação da comunidade. Fortalecer os projetos integradores e oficinas de integração. (IFSC, 2018, p. 47 - 48).

Para atender às medidas propostas, foi reformulada e ampliada a Unidade Curricular “Projeto Integrador”, que passa a ser trabalhada desde o primeiro ano do curso, em dois módulos: Projeto Integrador A, voltado à construção de atividades de Ensino interdisciplinares e voltadas à compreensão das demandas e contextos locais e o Projeto Integrador B, com ênfase em atividades de Pesquisa e Extensão que coloquem os estudantes em contato direto com a comunidade local, intervindo na realidade de forma ativa, articulando os diferentes conhecimentos desenvolvidos ao longo do curso. Essas Unidades Curriculares também serão catalisadores para atender à medida estratégica do PDI de número 7 – Ampliar e qualificar a intervenção na sociedade civil organizada, uma vez que em seus pressupostos metodológicos há a previsão de mapeamento de “parcerias para aumentar o número de visitas técnicas e possibilidade de aulas práticas”. No contexto de atuação profissional. E com as atividades de ensino interdisciplinar abre-se a possibilidade de “desenvolver eventos ou ações de formação quanto aos temas transversais e legais relacionados à cidadania, história e cultura indígena e dos afrodescendentes no Brasil”.

Chefe DEPE: Israel da Silva Mota; israel.mota@ifsc.edu.br
Contatos: Geovani Henrique Santos de Souza; geovani.henrique@ifsc.edu.br

O regramento acerca dos processos de avaliação de ensino e de aprendizagem está referendado no Regulamento Didático Pedagógico (RDP) do IFSC. Este projeto fundamenta-se em uma concepção de processo ensino aprendizagem por objetivos/competências cuja ênfase está na capacidade de o aluno articular e mobilizar habilidades, conhecimentos e atitudes para a resolução de problemas profissionais, e de atuar de forma crítica e transformadora em todas as esferas de sua vida e da sociedade em que vive. Assim, propõe um currículo que valoriza a prática do diálogo, iniciativas integradas e de ações que promovam tanto a autonomia quanto uma postura solidária e ética por parte dos estudantes. Quanto à avaliação da aprendizagem, o projeto a concebe como um processo sistematizado de registro e acompanhamento dos resultados obtidos em relação às metas educativas estabelecidas previamente e combinadas entre docentes e discentes nos planos de ensino das unidades curriculares. O objetivo da avaliação é informar ao docente e ao discente os avanços e as dificuldades e possibilitar a ambos a reflexão sobre a eficiência do processo educativo, bem como os ajustes necessários para o alcance de melhores resultados. A avaliação, em consonância com os objetivos previstos no Projeto Pedagógico de Curso (PPC), abrange os aspectos qualitativos e quantitativos, sendo que os qualitativos preponderam sobre os quantitativos. De acordo com o Regimento Didático Pedagógico, a avaliação dos aspectos qualitativos compreende o diagnóstico, a orientação e a reorientação do processo de ensino-aprendizagem visando à construção dos conhecimentos. A verificação do rendimento escolar será feita de forma diversificada, através de:

1. Observação diária dos alunos pelos professores, em suas diversas atividades; 2. Trabalhos de pesquisa individual ou coletiva; 3. Testes e provas escritos, com ou sem consulta; 4. Entrevistas e arguições; 5. Resoluções de exercícios; 6. Planejamento ou execução de projetos ou experimentos; 7. Relatórios referentes aos trabalhos, projetos, experimentos ou visitas técnicas; 8. Atividades práticas referentes àquela formação; 9. Realização de eventos ou atividades abertas à comunidade; 10. Autoavaliação descritiva e avaliação pelos colegas da classe; 11. Demais instrumentos que a prática pedagógica indicar. Esses instrumentos avaliativos devem atender às peculiaridades dos alunos, dando conta de realizar uma avaliação emancipatória que contribua para que possam inserir-se e qualificar-se no mundo do trabalho. O valor final do aproveitamento deverá ser composto por, no mínimo, duas avaliações formais ao longo do ano para cada unidade curricular, sendo necessário analisá-las conjuntamente com os estudantes e devolvidas aos mesmos, após sua aplicação. Os resultados da avaliação, bem como a frequência dos alunos, serão registrados no Diário de Classe de cada unidade curricular presente no Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas (SIGAA) e automaticamente transcritos para o registro individual do aluno no mesmo sistema. O controle da frequência das aulas será de responsabilidade do professor, sob a supervisão da Coordenação de Curso. Será obrigatória a frequência às atividades correspondentes a cada componente curricular, ficando nela reprovado o aluno que não comparecer, no mínimo, a 75% (setenta e cinco por cento). É importante considerar que as justificativas de faltas devem seguir os critérios estabelecidos no Regimento Didático Pedagógico do IFSC, sendo aceitas e concedidas apenas nos casos previstos em lei, mediante pedido a ser protocolado pelo aluno ou pelo seu representante, com apresentação de documentação original comprobatória, à Coordenação do Curso ou Coordenadoria Pedagógica. A recuperação de estudos compreenderá a realização de novas atividades pedagógicas no decorrer do período letivo, que possam promover a aprendizagem, obedecendo às diretrizes dispostas na Lei de nº 9394/96 e no Regimento Didático Pedagógico do IFSC. Ao longo do período letivo, o professor deverá fornecer ao aluno informações que permitam visualizar seus avanços e dificuldades na construção das competências. O resultado da avaliação final será registrado por valores inteiros de 0 (zero) a 10 (dez). O resultado mínimo para aprovação em um componente curricular é 6 (seis). O professor tem liberdade de atribuir valores fracionados de 0 a 10 nas avaliações parciais. Todos os registros e deliberações finais de aprovação ou reprovação de cada unidade curricular será efetuado pelo conselho de classe final, este ambiente com caráter soberano e coletivo. No curso Técnico em Edificações, o aluno reprovado em até dois componentes curriculares poderá ser matriculado no período seguinte desde que cumpra concomitantemente os componentes curriculares em regime de pendência. O aluno pendente será matriculado automaticamente nas pendências e, quando possível, no componente curricular seguinte. Havendo impedimento, o aluno será matriculado apenas nos componentes curriculares em pendência. Os conselhos de classe como ambiente deliberativo buscam o diálogo de todos, Discentes, Docentes, Coordenação de Curso e Coordenação Pedagógica e Assistência ao Discente (CPAD) para que as dificuldades sejam debatidas, refletidas e superadas, e as decisões sobre as práticas educativas e avaliativas se aproximem do desejado por todos. Os conselhos serão distribuídos em 4 momentos ao longo do ano letivo, sendo 2 momentos com a participação de todos e 2 momentos apenas com o envolvimento dos Docentes, Coordenação de Curso e CPAD. Cada turma repetirá esse processo em cada ano e ao longo dos 3 anos, sempre culminando no 4° conselho de classe anual com a deliberação do grupo (Docentes, Coordenação de Curso e CPAD) sobre as avaliações dos discentes e a decisão dos aprovados, reprovados e a reorganização das práticas didáticas e avaliativas para o próximo ano letivo.

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