A AVALIAÇÃO DOS ELEMENTOS CLIMÁTICOS, SOCIOECONÔMICOS E SUA RELAÇÃO COM O Aedes aegypti NOS MUNICÍPIOS DE CHAPECÓ/SC E ITAJAÍ/SC
Clima, Socioeconômico, Aedes aegypti.
A dengue tem sido um dos principais problemas de saúde pública. O mosquito Aedes aegypti é o agente transmissor da dengue, febre do zika vírus e febre chikungunya. Em Santa Catarina, ocorrências dessas doenças foram registradas nos últimos anos, assim como o aumento dos focos de A. aegypti. As variações climáticas contribuem para o aumento dos focos, as condições socioeconômicas, também influenciam. O objetivo deste estudo foi avaliar a relação dos elementos climáticos e socioeconômicos com o A. aegypti nos municípios de Chapecó/SC e Itajaí/SC, no período de 2007 a 2017. Para isso, foi realizado: a) análise dos elementos climáticos e o A. aegypti, através de modelagem estatística do número de focos, obtidos da Diretoria de Vigilância Epidemiológica, com a distribuição da precipitação, médias de temperatura mínimas e máximas, fornecidos por Modern Era retrospective-Analysis For Research and Applications (MERRA2); b) distribuição espacial da infestação, a partir da geocodificação dos endereços aonde são encontrados os focos, integrando-os aos setores censitários; e c) análise dos elementos socioeconômicos através de correlações entre os endereços geocodificados dos focos, por setores censitários, com a base de informações do censo demográfico de 2010, obtidos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Os resultados obtidos mostram, que a faixa de temperatura favorável para o desenvolvimento do vetor, para o município de Chapecó está entre temperatura média mínima de 14 °C a 19 °C e temperatura média máxima de 25 °C a 29 °C. Para Itajaí, a faixa favorável está entre temperatura média mínima de 18 °C a 23 °C e temperatura média máxima de 25 °C a 28 °C. Com relação à precipitação, para os dois municípios, sugere-se que até 5 mm, no mês que antecede o registro do foco, influencia no desenvolvimento do vetor. As variações climáticas contribuem para o aumento dos focos, principalmente quando retroagidas. O mapa da distribuição espacial da infestação, além de ser uma excelente ferramenta para estudos que levam em consideração a localização geográfica dos focos, permite visualizar que as regiões com maiores concentrações de focos estão na faixa central do perímetro urbano. Para as análises socioeconômicas, as variáveis estudadas apresentaram resultados adversos, mostrando uma pequena correlação do A. aegypti com pessoas com idade acima de 60 anos. O produto deste estudo foi uma capacitação para técnicos e gestores da Diretoria de Vigilância Epidemiológica e apresentou a metodologia utilizada neste estudo, as dificuldades de trabalho com os endereços dos focos e os resultados obtidos, sendo ferramentas que auxiliam na discussão de estratégias de prevenção, controle e combate ao mosquito.