ANÁLISE DA OCORRÊNCIA DE VÓRTICES CICLÔNICOS ASSOCIADOS À ZONA DE CONVERGÊNCIA DO ATLÂNTICO SUL
Desastres naturais associados aos grandes volumes de chuva acarretam em grandes perdas e danos socioeconômicos e prejuízo à sociedade. Em vista disso, o objetivo geral deste trabalho é identificar a ocorrência da formação de vórtices ciclônicos de mesoescala (VCM) durante episódios de Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) e relacionar seus impactos ao longo da zona de convergência por meio de um algoritmo computacional. As análises foram feitas dos casos de ZCAS de 1991 a 2020 com dados de reanálises do modelo numérico Climate Forescast System Reanalysis / Climate Forecast System Version 2 (CFSR / CFSv2) e analisadas as componentes zonal e meridional do vento para identificação dos vórtices e a precipitação do produto de precipitação MERGE do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climático (CPTEC). O algoritmo detectou 7.151 vórtices durante o período. Os VCMs foram detectados em maior número nos meses do início e do auge do verão e com maior frequência nos meses após o ápice do verão, com maior ocorrência no período noturno ao diurno e nos níveis mais baixos da troposfera em relação aos médios níveis. No que fiz respeito a precipitação, 85% dos VCMs tem precipitação associada a sua ocorrência e os vórtices com menos profundidades apresentaram a maior frequência entre os casos com precipitação superior a 120 mm. Quanto à distribuição espacial, VCMs associados a precipitações superiores a 30 mm em todas as profundidades tiveram diversas ocorrências próximas a vales e serras. Nos 7 estudos de caso do verão de 2021/2022 houveram casos com vórtices de profundidade superior ao máximo climatológico, VCMs localizados próximos a casos de situação de emergência e com a tendência de atuar preferencialmente na porção sul da zona de convergência. Não houve uma correlação forte entre o número de vórtices e as anomalias de ENOS.